sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Encontro

Enquanto caminhava distraidamente pela rua como de costume, olhei para o lado e vi um conhecido, na verdade quando nos encaramos não sabia ao certo ser éramos de fato conhecidos, nossos olhares se encontraram, uma, duas, não sei quantas vezes. Nos olhamos a procura de algo que também não sabíamos.

Parei para observar aquele momento, o que nos tornamos? São tantas lembranças, boas e ruins, tínhamos tantas coisas incomum e de repente eramos estranhos um ao outro? Procuro uma explicação, mas o tempo era a única coisa capaz de curar qualquer ferida, era capaz de fazer esquecer qualquer mágoa que pudesse ter ficado, eu queria chegar mais perto, saber quem de fato estava ali.

Queria poder voltar no tempo e perguntar porque mudamos tanto, porque nossos caminhos pareciam ser tão diferentes se os objetivos eram iguais. Eram muitas perguntas para poucos segundo, parei.

E quando parei, o indivíduo também parou, nos encaramos, longos segundos, olho no olho, a altura também era a mesma e de repente os pensamentos se completavam, a vontade de perguntar era muito maior que a força que minha garganta tinha para fazer a voz sair. 

Qualquer coisa que eu falasse também não mudaria nada se eu não começasse por eu mesma. Encarando ali aquele ser, parei de me questionar tanto, aceitei o fato de ter mudado, de ter traçado outras metas e trilhado outro caminho. Por um momento acreditei que meu reflexo diante da vitrine pudesse não ser eu. 
Ainda bem que o que distorcia a visão era apenas um manequim, mas o ser ainda era o mesmo. Ainda era eu.

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