sexta-feira, 27 de março de 2015

O prazer da solidão

Não é de hoje que eu tenho visto inúmeras fotos e publicações de pessoas que frequentam bares, boates, shows e todo o divertimento que uma noite de sexta ou sábado pode oferecer. Afinal o que seria da vida se não fossem as noitadas, todos os porres, todas as ressacas, os beijos roubados ou os copos batizados. Bem... eu sei.

A quase vinte anos que eu escuto que "você deve sair mais", eu gostava dessa frase, até ela ser dita pra mim. Falar " a quase vinte anos" da a leve impressão de que eu sou uma pessoa um pouco mais madura, porém, tenho apenas quase vinte anos. Se não fosse um texto eu escreveria uma "risadinha" no final.

O fato é que as pessoas esqueceram de viver o momento, esqueceram que você não precisa estar rodeado de amigos de festa, de pessoas que você não conhece, de pessoas vazias, apenas pessoas. Tenho me libertado desse tipo de coisa, desse tipo de pessoa. As vezes você precisa se libertar de certas coisas, como por exemplo dar um espaço a si mesmo, deixar de se cobrar, não somos perfeitos e podemos errar sim, aprenda a não somente perdoar as outras pessoas mas aprenda a se perdoar também, pare um pouco durante o seu dia para respirar um ar mais limpo, deixar a mente viajar, outra coisa boa seria viajar mesmo!

Saia da rotina de lugares claustrofóbicos, de copos sempre cheios e brilhantes, desça do salto, saia da roupa social, limpe o rosto e volte a olhar para você, volte a se conhecer. Comece a ler aquele livro que você "não tinha tempo", vá passear com seu cachorro e se não tiver um vou te dar uma dica: Fones de ouvido. Sinta o aroma que vem das árvores, visite lugares onde a natureza seja a coisa mais bela, mais importante, pare para sentir seus batimentos, a batida do nosso coração diz muito de nós, tente marcar este momento apenas em sua mente, sem fotos, sem música muito alta, procure algo que o acalme, procure lugares que inspirem coisas boas, que te façam querer sorrir sozinho, e até que dê vontade de correr e se der... Corra.


Corra dessa rotina estressante de contar os dias da semana, de ser feliz só na sexta-feira, de perder a estima na quarta-feira e odiar a segunda, ame cada dia como se fosse único, afinal, todos são. Alguém já conseguiu fazer um dia ser exatamente igual ao outro? 

Seja do seu jeito, mesmo que seja diferente, mesmo que as pessoas não gostem tanto, se tiver vontade de dançar sozinho, dance, que mal teria?
Crie suas próprias lembranças para que um dia possa olhar para trás e sorrir, não faça nada que você não possa contar a alguém, não esqueça do seu caráter, e eu falo de ser bom, de ser uma pessoa do bem, de sorrir ao porteiro, de dar bom dia a um estranho, de sorrir por dentro e por fora e fazer qualquer dia cinzento ser um dia de sol.

:)


Um conto de Sarda

Uma menina com sarda
Brincava atrás da cortina
Desenhava uma fada
A solitária menina

Queria que a fada
Num toque de sua varinha
Retirasse do seu rosto a sarda
E ela detrás da cortina

A fada não entendendo nada
E achando tão bela a menina
Num toque doce de fada
Desapareceu com a cortina...

Edike Rogério Alves carneiro


quarta-feira, 18 de março de 2015

Beleza na medida certa

Nem sempre a gente vai se sentir bem com aquele vestido justo que viu na vitrine quando passou na frente daquela loja que você adora e que está em liquidação, ah essa palavra me causa arrepios, ainda mais quando a máquina mágica diz "transação aprovada". Tudo faz parte do modelo perfeito de pessoa que queremos ser, cartões de crédito sem limite, lojas em liquidação, uma quinta avenida perto da sua casa e um armário cheio dos sapatos mais lindos que você já viu. 
Mas o que adianta querer ser diferente sendo igual? Do que adianta pintar o cabelo da mesma cor do da vizinha? Ou usar o mesmo vestido que a atriz que ganhou o Oscar usou? Porque você não pode fazer aquele corte maluco que sempre quis? Ou usar aquela blusa de paetê, você se acha acima do peso quando está com aquele jeans caríssimo? Pois saiba que nada disso importa se você olhar para dentro de si e enxergar a pessoa maravilhosa que é 


terça-feira, 17 de março de 2015

Amigo pra toda a hora

São quatro da manhã, estou sentada em uma estação de trem, meus cabelos cheiram a fumaça adocicada, e estão duros de tanta bolinha de sabão que caiu durante as músicas mais emocionantes que eu já escutei na minha vida, não sei como eu consegui pular tão alto, minha jaqueta de couro está com o cheiro forte daquele lugar de luzes roxas, verdes, azuis, rosas e brancas, meus ouvidos ainda vibram da batida e de quando a música explodia e fazia com que meu peito quase explodisse também.

O som, os copos, os corpos, a luz do dia na noite que já caiu a horas, o silêncio das ruas, ninguém sai mais a essa hora, podemos invadir as ruas com a nossa alegria, com o nosso barulho, com a nossa gente. Não queremos ser esquecidos, queremos ficar na memória, queremos ficar na história, na história marcada em cada coração, em cada vida que passamos.

Não foi tão assim, a história acabou e agora aqui estou eu comemorando meu aniversário em um restaurante caríssimo onde as reservas são tão concorridas que você precisa ligar quase que seis meses antes, eu tive sorte, consegui essa a dois. O que acontece é que todos tinham compromissos mais importantes, afinal quem ia querer comemorar o aniversário de um amigo em um sábado a noite? Bem... Quem é realmente seu amigo, mas para a minha sorte todos que convidei cancelaram com desculpas do tipo "estou com visita" ''me atrasei muito em outra cidade" "estamos viajando" sem falar de quem ia confirmar e não deu mais sinal de vida. Amigos.


É isso que você recebe depois de uma noitada em uma boate com pessoas que você não conhece, tentando ser amiga, tentando deixar todo mundo feliz, mesmo que por dentro esteja tudo em preto e branco. Aquele passeio frustrado, aquele banho de chuva e inúmeros términos de namoros, todos em vão, ninguém da a mínima pro que você pensa, por que se você é diferente, mesmo que em poucas coisas, ninguém da mínima para os seus sonhos e suas conquistas não significam nada pra essas pessoas e sim a causa de uma inveja que poderia ser "boa" mas que na verdade está coberta por maldade. Admita que você também já sentiu nem que seja um pouco, como do vestido daquela sua amiga ou da promoção que aquele colega não merecia, você é melhor que ele, já sentiu vontade de ser a namorada do formando, queria morrer quado a conta do cartão de crédito chegou e você teve que se privar de ir a lugares que queria conhecer porque gastou com sapatos e vestidos que talvez você nem use mais.

E agora sozinha me coloco de frente ao meu passado que por mais que tivesse risadas gostosas, comida boa e viagens legais, nada disso é seu mais. O que você vê são declarações de amor que não são pra você, convites para festas que você não vai, livros empoeirados que você nunca terminou de ler.

Mas que depressão!
Não gosta do vestido? Venda.
Pegue esse sapato e use, mulheres ficam sempre bem de salto.
Não gosta do trabalho? Mude.

Pare de culpar as pessoas pelos seus fracassos, ser sozinho não é tão ruim assim, aproveite cada final de tarde, o sol é lindo nessa hora, olhe para o céu e procure o sentimento de dever cumprido, deixe as pessoas que te deixaram, apague as mensagens, tire da sua vida tudo aquilo que te faz mal, aquilo que te entristece, até mesmo aquele ex-amor que você perdia horas de sono pensando em como podia ter sido diferente se você não tivesse terminado, como tudo poderia ser diferente se você...  Sempre você, cada um faz as suas escolhas, se a pessoa não se importa, deixe de lado, não perca tempo com quem não vale a pena.


Você vale a pena! Aprenda a ser seu melhor amigo, sua melhor amiga, aprenda a lidar com a solidão não apenas por opção, mas por que é o momento em que você está e não se prenda, saia, conheça pessoas novas, se apaixone, mude o cabelo, troque de lugar na sala de aula, troque o restaurante do almoço, faça as malas dessa tristeza e pegue o caminho da felicidade, afinal ela não está no final, ela está a cada passo. Seja você o seu amigo pra toda a hora.   ;)




sexta-feira, 13 de março de 2015

Desperdícios

Eu costumava acordar cedo e olhar para o celular esperando por uma mensagem sua, costumava ir correndo para o trabalho, fazer as coisas correndo, ir pra aula correndo e esperar as horas passarem para poder ir até meu notebook e passar a noite toda conversando com você. Doce ilusão.
Trabalhava cada vez mais, via os dias passarem sem perceber que você estava se distanciando, suas mensagens não passavam mais de "bom dia" e "boa noite", não passavam de "não posso agora" ou "depois conversamos". Comecei a dar atenção a outras coisas, outras pessoas, mas ainda assim controlando quando fosse aparecer sue nome na barra de notificações, fiquei noites esperando que você fosse ver que a bolinha estava verde e me chamar, ficávamos madrugadas online sem se falar, você talvez conversando com alguém mais interessante, marcando encontros com os amigos, bebendo por aí e eu esperando...


Cheguei a pensar que havia um "algo a mais" entre nós, bom, havia um algo a mais entre eu e a espera, entre eu e a insônia, entre eu e a ausência. Voltei aos lugares que costumava te encontrar, fazia o mesmo caminho para correr o risco  de te ver. Em vão. 

Agora sentada aqui nessa mesa da lanchonete da universidade com um copo de um chocolate quente sozinha nesse dia em que o vento é tão frio que tenho a sensação de vai cortar meu rosto em mil pedacinhos, assim como meu coração ficou a pouco meses quando descobri que você não estava mais tão sozinho, descobri que o fim de semana em que eu fiquei em casa assistindo TV sozinha você estava se divertindo com ela, não era pra eu me importar tanto assim, mas será que você não errou o endereço? Será que eu falei alguma coisa errada? Passei dias relendo as conversas como se fossem o livro mais interessante que já encontrei, procurando algo como uma detetive até que percebi que eu estava sendo apenas eu e isso não era o suficiente, que indiretas não eram o seu tipo, que sorrisos e abraços não era apenas abraços e sorrisos comuns.



Senti aquele vazio de sentar no sofá e apenas olhar TV, de perceber que meu celular passa mais tempo jogado na bolsa do que ao meu lado tocando a todo instante, são pequenas coisas que me fazem sentir falta, falta de coisas que não aconteceram, de coisas que eu criei dentro do meu mundinho particular, agora sobra quela pequena magoazinha por me sentir iludida, por me sentir enganada mesmo que eu não tenha mais nada a ver com a sua vida perfeita e seus planos de sucesso, na verdade até parei de ver essas coisas, me afastei por um tempo e preferi que fosse assim, acreditei que iria esquecer, tirei férias de mim mesma pra afastar todo e qualquer pensamento que me levasse a você novamente.

Queria ter sumido de vez da sua vida, queria ter perdido mais tempo pensando em coisas idiotas ou em comida do que em você, queria algo clichê como voltar no tempo e fazer tudo diferente, sem dizer nada, sem te ver pela primeira vez, sem dizer oi e sem responder suas mensagens, talvez se eu tivesse sido um pouco mais antipática não estaria aqui mais uma vez remoendo esse passado que parece não ir embora.


Dane-se!

Eu pensei em muitas coisas pra te dizer, pensei em dizer que ela é feia, mas isso seria muita dor de cotovelo apesar de o sorriso dela ser torto e de o cabelo dela mais parecer uma vassoura do que bem... um cabelo.

Queria dizer que você engordou, mas me lembro bem de como você era "dedicado" a academia, pensei em dizer que estou feliz pelo seu aniversário, que estou feliz pela sua aquisição do carro novo ou até do emprego novo, pensei em dizer "que bom ver você", mas na verdade queria dizer "porque você está aqui?"


Queria pedir de volta todas as minhas mensagens, e-mails, conversas, tempo. Principalmente meu tempo, se eu parasse para contar o tempo perdido com suas histórias sem sentido, seus sonhos malucos podia ter lido um livro, aprendido um idioma ou até feito uma viagem, mas não, perdi todo esse tempo com você. Que por incrível que pareça era uma pessoa que eu confiava, meus segredos, minhas coisas de menina, enterrei conversas que não era feitas com minhas amigas, falei de músicas, livros, programas de TV, de tudo.
Sei que parece dor de cotovelo, mas não. Eu não me importo mais com o que você faz, com o que você diz, a cor do cabelo, o que comeu, onde foi, dane-se tudo!

Dane-se suas viagens com ela, dane-se seus sonhos com ela, dane-se as festas que foi, os lugares que conheceu, na verdade dane-se até ela e seu super-ego, suas futilidades e unhas azuis, dane-se a sapatilha ridícula amarela que ela estava usando quando a conheci, e só não digo dane-se seu cachorro porque ele é uma graça.

Depois disso acho que vou fazer algo mais útil do que excluir todas as conversas, limpar a caixa de entrada não vai mudar nada, não muda o fato de que você só se aproxima por interesse, que você não está nem aí para o que as pessoas falam e que quer que o mundo mude quando nem você tem coragem de fazer isso, ser esquecido não é tão ruim assim queridinho, todos são um dia, de uma forma ou de outra. Então por favor não mantena nem contato, não quero cartões postais de Tókio, muito menos da Austrália, e se possível mude-se pra lá.


quarta-feira, 11 de março de 2015

Um dia de cada vez

Como vai? Na correria. Você já ouviu isso alguma vez nos últimos dias? Imagino que sim. A correria do dia a dia tem transformado a vida de todo mundo, fazendo parecer que o ano passa cada vez mais rápido. Pelo menos essa é a impressão que eu tenho, pois com todo mundo que falo me dizem que sempre estão com pressa, atrasados para alguma coisa, entre tantas outras frases corriqueiras que ouvimos diariamente.




A reflexão que lhe convido esta semana é sobre como você tem vivido seus dias. Sobre o quanto você tem desfrutado de cada dia, de cada por do sol, de cada brisa que passa por você, enfim, lhe pergunto: você tem visto sua vida passar? Ou simplesmente corre atrás de algo que nem sabe o que é. Pare e pense, pois se não se der conta, daqui uns dias chega o natal e começa tudo de novo. Pense sobre sua rotina, sobre o quanto tem vivido cada dia de uma vez, desfrutando de tudo que a vida nos oferece e nos brinda, porém se estamos tão focados na nossa “correria diária”, nem nos damos conta, de quanto a vida é bela. O desafio que faço é que viva um dia de cada vez, visite seus amigos, fique com as pessoas que lhe fazem bem, ou seja, tenha tempo para as coisas que realmente importam. 

Fonte: Gabriel Colle