Meus pés são tão gordinhos, sinto a água tocá-los, mas o medo não me deixa afundá-los, observo alguns peixes passarem assutados talvez, mas meu tamanho impede que eu entre. O sol que aquece meu corpo parece um véu leve e quente que escorre por minha espinha mantendo-me suficientemente aquecida e protegida, criei um mundo só meu, onde as folhas caem a minha volta, algumas presas nas ondas de meus cabelos outras caem e vão embora com a correnteza.
Já está na hora de partir, o sol daqui já está se pondo, deve ser mesmo a hora de ir, mesmo querendo passar o resto de meu tempo ali, sem crescer, sem sentir dor, sem fome, sem preocupações com a vida cinzenta e fria que me espera. Percebo que era apenas um sonho e que apesar de não querer sair dali, o despertador me obriga e quando abro meus olhos vejo a criança crescida que sou, cheia de preocupações e compromissos, mas uma coisa boa eu sei. Apesar de ter crescido, nunca deixei de sonhar!
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