segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Segunda Opção

                        

                          Mais um dia, mais uma vez. Pego meu carro com cheiro de coisa velha e saio estrada a fora, atrasada, descabelada. Novamente. Ainda não sei por quando tempo vou aguentar essa situação, me lembro de seu rosto a todo o momento, seu cheiro ainda está em minhas roupas, mas não quero que saia, as vezes penso em voltar, mas não vale a pena, vou escutar as mesmas desculpas, vou ver aquele mesmo olhar mentiroso e que me convence todas as vezes como se tivesse algum tipo de hipnose, sua voz parece doce quando pede para que eu fique, mas depois me da vontade de vomitar.
                        Porque ele faz isso? Porque não diz a verdade? Porque não me deixa livre? Será culpa minha? Ainda não descobri. O dia passa rapidamente e quando chego em casa o encontro deitado em meu sofá, ainda não sei como tem a minha chave, mas toda a vez que o vejo não me importo com o restante, ele se levanta em vem em minha direção, não sei porque dessa vez seu abraço me parece desconfortável, seu beijo desagradável, não consigo suportar nem seu cheiro.
                        Largo minha bolsa no chão passando minhas mãos em seus braços subindo para seus ombros, mas ainda assim o fato de vê–lo me irrita, seu sorriso faz com que meu sangue ferva e quando ele começa a falar não consigo nem escutá–lo porque minha raiva me deixa surda. Afasto meu corpo do dele, seus olhos ainda me encaram e é como se eu pudesse penetrar sua mente, consigo saber exatamente o que ele está pensando, uma olhada rápida ao relógio, e eu sei que ele tem hora para ir embora, como consigo ser tão idiota? Mas não dessa vez. Abro a porta e ele entende que está na sua hora de ir, arranco o fino colar de ouro de meu pescoço, dado por ele, coloco em sua mão e fecho a porta em sua cara, não dou explicação alguma, ele não precisa de palavras, precisava de atitudes e eu não fui nada agradável.

                        Jamais serei a segunda opção e desde a última traição tenho pensando seriamente se vale a pena lutar por algo que já morreu há muito tempo dentro de mim, desde quando ele começou a olhar o relógio rapidamente enquanto me abraçava, as mensagens que recebia enquanto estava jantando comigo, as ligações inesperadas que o deixavam nervoso. Fui atrás. Ele se encontrava com uma colega do trabalho, claro, loira com silicone, seria uma distração e tanto para ele enquanto a idiota o espera para ir ao cinema ver um filme qualquer só porque ele não pode demorar ou pior, as desculpas esfarrapadas para não me ver ou sair mais cedo de qualquer encontro que temos, eu não mereço isso, não o trato dessa forma e não serei tratada assim. Nunca mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário